Eu conheci você em um fim de ano. Você parecia mais alto no Facebook, e mais honesto também. Eu não sabia, mas ali era o começo do que eu chamo hoje de “nova perspectiva”. Você era uma espécie de livro aberto, guardado em um impenetrável cofre. Completamente em vão ser tão público, se eu nunca sabia nada certo sobre você. Acho que nunca fiquei tanto tempo online, e nunca estudei tanto sobre coisas que não me interessavam. Você era notavelmente diferente do que eu costumava gostar, e eu gostei tanto, tanto de você que eu deixei de lado toda minha opinião formada, pra finalmente aprender com alguém. Eu me tornei humilde, e nunca me senti tão grande. Você e sua independência. Você e sua frieza, que de tão bem mascarada fazia você parecer o cara mais sensível que já passou pela minha vida. Você e as mesmas músicas de sempre, das mesmas bandas de sempre, da mesma cansada conversa. Você e suas frases de efeito, tiradas de um baú do seu tatara tataravô. Você, que é a piada preferida de tanta gente, é a razão por eu ter finalmente descoberto o que eu quero. E não, não é você.
Cynthia Christine